Transportadoras mineiras alertam para risco de colapso financeiro

Juros altos, fretes defasados, falta de motoristas e estradas precárias pressionam empresas de transporte de cargas em Minas Gerais

O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais, Setcemg, alerta que transportadoras do estado podem enfrentar um colapso financeiro nos próximos anos. O aviso foi feito nesta semana diante do aumento generalizado de custos, da alta da taxa básica de juros, da baixa remuneração do frete e de outros desafios estruturais do setor.

Segundo o presidente do Setcemg, Antonio Luis da Silva Junior, algumas empresas já operam no vermelho e podem não sobreviver frente à redução das margens de lucro. Ele destacou a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada, especialmente motoristas, além de enfrentar uma legislação trabalhista complexa, infraestrutura rodoviária precária e altos custos de manutenção da frota.

O sindicato aponta que a escassez de motoristas, a rotatividade elevada e o envelhecimento da categoria tornam difícil oferecer salários competitivos. Além disso, as más condições das estradas aumentam o tempo de viagem e elevam gastos com combustível e manutenção. A frota antiga e tecnologicamente defasada contribui para a ineficiência energética e ambiental, enquanto a carga tributária elevada, a regulamentação complexa e a falta de segurança nas rodovias ampliam os custos operacionais.

Silva Junior ressalta que as grandes transportadoras conseguem lidar melhor com a situação, podendo recusar fretes com valores muito baixos e evitar prejuízos, conhecidos como frete predatório. Já as pequenas empresas, se ficarem sem faturamento, podem paralisar as atividades e muitas vezes acabam aceitando preços abaixo do custo, aprofundando a crise.

O presidente do Setcemg defende que a união entre empresas do setor e a recusa de fretes com valores muito baixos poderiam reajustar a remuneração média do transporte. Ele ressalta que é necessário repassar custos como o aumento do diesel para o consumidor, garantindo a sustentabilidade financeira das transportadoras.

Fonte: Diário do Comércio

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