Capitão-Mor Tomé Martins da Costa foi uma figura histórica essencial para Três Corações, MG. Militar e administrador atuante na região de Campanha, MG e Três Corações, MG, tornou-se proprietário de vastas terras onde desempenhou um papel estratégico no desenvolvimento local. Sua maior contribuição foi a fundação de uma capela em sua fazenda, que se tornou o ponto de partida para a formação do núcleo urbano da cidade de Três Corações, MG. Tomé Martins da Costa, nascido em Santo André do Sobrado, no Bispado do Porto, Portugal, foi uma figura marcante do século XVIII, conhecido como o fundador oficial da cidade de Três Corações, MG. Embora não se saiba sua data de nascimento, estima-se que tenha falecido antes de 1786, devido à perda de registros históricos. Ainda em Portugal, sabe-se que era casado, embora não existam informações sobre sua cônjuge ou filhos. Tomé emigrou para o Brasil ao lado de seu irmão, Capitão João Martins Ribeiro, estabelecendo-se nas Minas Gerais, onde desempenhou papéis importantes como militar, administrador e proprietário de terras.
Carreira e Propriedades
No Brasil, Tomé foi nomeado capitão de uma companhia militar criada em Ouro Fino, em 1752, e atuou como Juiz Almotacel em Santana do Sapucaí, em 1747. Destacou-se como proprietário de terras, recebendo concessões de sesmarias em várias localidades, incluindo as margens dos rios Verde e Peixe. Em 1760, conforme registrado no Arquivo Público Mineiro, obteve uma doação de terras às margens do Rio Verde, onde construiu a Fazenda do Rio Verde, localizada na margem direita do rio.A Fundação de Três Corações
Tomé Martins da Costa teve um papel central na formação do povoado que daria origem a Três Corações, MG. Representando a pequena comunidade composta por garimpeiros e agricultores, solicitou ao bispo de Mariana, Dom Frei Manoel da Cruz, autorização para construir uma capela. Contudo, devido à demora na resposta oficial, ele decidiu iniciar a obra por conta própria. A capela foi erguida próxima à sua fazenda, no atual local do Parque Infantil. Inicialmente chamada de Capelinha de Nossa Senhora das Dores, foi posteriormente dedicada sob o título de Capela dos Sacratíssimos Corações de Jesus, Maria e José da Real Passagem do Rio Verde, um nome sugerido pelo bispo. Esta capela se tornou o marco inicial do povoado que mais tarde evoluiu para a cidade de Três Corações, MG. Existem diferentes versões sobre a origem do nome do município. A explicação mais aceita é que ele deriva da consagração da capela aos Sacratíssimos Corações de Jesus, Maria e José, feita por Tomé. Outras versões incluem interpretações poéticas e geográficas, como as voltas do Rio Verde formando o desenho de três corações.Vida e Contribuições
Tomé foi um organizador territorial e um incentivador do crescimento da comunidade ao redor da capela. Em 1764, foi visitado em sua propriedade pelo governador da Capitania de Minas Gerais, D. Luís Lobo Diogo da Silva, refletindo a importância de seu papel na região. Apesar de suas contribuições, enfrentou dificuldades financeiras devido a garantias dadas em contratos malsucedidos com a Fazenda Real, o que resultou no confisco e leilão de seus bens.Legado
Tomé Martins da Costa faleceu antes de 1786, mas seu legado permanece vivo na história de Três Corações, MG. Ele é lembrado como um homem visionário e fundador do município, tendo estabelecido as bases para o desenvolvimento local. A capela que ele construiu tornou-se o núcleo inicial da cidade. Hoje, Tomé Martins da Costa é celebrado como o responsável por transformar uma pequena comunidade em um dos municípios mais importantes do sul de Minas Gerais, deixando uma herança de história.