Em Três Corações MG, a educação carrega marcas de dedicação e inspiração graças à contribuição de duas grandes professoras: Maria Helena Ribeiro Bitar e Maria José Ortiz do Vale. Atuando por muitos anos na Escola Estadual Bueno Brandão, elas se tornaram referências na educação do município, não apenas pelo conhecimento que transmitiram, mas pelo amor à profissão e pelo exemplo de dedicação aos alunos. Suas trajetórias continuam a inspirar gerações e a destacar o valor de lecionar com paixão e compromisso.
Maria Helena Ribeiro Bitar e Maria José Ortiz do Vale
Duas mulheres que dedicaram suas vidas à educação e deixaram um legado de conhecimento, amor e compromisso em Três Corações, Minas Gerais. Maria Helena Ribeiro Bitar e Maria José Ortiz do Vale não são apenas professoras; são símbolos de excelência e dedicação à profissão de lecionar.
Maria Helena Ribeiro Bitar
Com 85 anos, Maria Helena é casada com Antônio Bitar e nasceu em Cambuquira. Desde pequena, carregava o desejo de aprender a ler, o que despertou sua vontade de ser professora já aos 4 anos de idade. Estudou na Escola Estadual Bueno Brandão, onde se formou em 1950, seguindo para o Colégio Estadual e, depois, para o curso normal em Baependi.
Ao retornar para Três Corações, foi apresentada a Maria Augusta Pereira e Abrahão, então diretora do Bueno Brandão, onde iniciou sua trajetória profissional. Trabalhou na instituição por 50 anos e 10 dias, marcando gerações com sua dedicação. Crítica sobre a educação atual, Maria Helena lamenta principalmente a desvalorização financeira dos professores. Para ela, um ensino de qualidade exige investimento e reconhecimento da profissão.
Além de educadora, Maria Helena foi uma gestora exemplar. Era conhecida por sua sabedoria, organização e competência, mas também por sua habilidade em liderar de maneira humanizada e colaborativa. Seu compromisso com a comunidade escolar era tão forte que, na educação noturna, fazia questão de oferecer janta aos alunos, mesmo sem um programa formal de merenda.
Maria José Ortiz do Vale
Com 75 anos, Maria José nasceu em Três Corações, em um lar onde a educação sempre foi prioridade. Filha de Áurea Ortiz do Vale, professora, e neta de Elisa Lemos Ortiz, diretora, Maria José praticamente cresceu dentro do Bueno Brandão. O pai, ferroviário, apoiava o sonho da filha, que desde pequena já brincava de escolinha e sonhava em lecionar.
Começou a ensinar aos 18 anos, assim que concluiu o curso normal, em 1970. Com apenas cinco anos de magistério, tornou-se a primeira supervisora do Bueno Brandão, destacando-se pela dedicação e inovação no ensino. Também participou da fundação do Colégio de Aplicação, contribuindo para a expansão da educação na cidade.
Maria José é conhecida por sua memória prodigiosa. Recentemente, ao encontrar um antigo álbum de fotografias, conseguiu reconhecer diversos alunos, mostrando o carinho e a atenção que sempre dedicou a cada um deles. Sua trajetória é marcada pela busca constante pela excelência na educação, algo que, segundo Maria Helena, foi essencial para o sucesso da Escola Estadual Bueno Brandão.
44 Anos de Amizade e Parceria na Educação
Maria Helena e Maria José trabalharam juntas por 44 anos, compartilhando não apenas a profissão, mas também uma amizade de uma vida inteira. Unidas pelo amor à educação e pela busca pela excelência, elas se tornaram referências em Três Corações, inspirando gerações de alunos e professores.
Maria José admira a sabedoria e a organização de Maria Helena, destacando sua habilidade como gestora e sua liderança humanizada. Para ela, Maria Helena nasceu para a educação. Por outro lado, Maria Helena reconhece a contribuição de Maria José em sua jornada, afirmando que a busca pela excelência na escola foi impulsionada pela parceria e dedicação de sua amiga.
Contribuições para Três Corações e o Legado do Bueno Brandão
Ambas atuaram na Escola Estadual Bueno Brandão, uma instituição que sempre foi referência em educação em Três Corações. Fundada em 1909, a escola se destacou pela excelência de seus professores desde o início, refletindo o compromisso da cidade com a cultura e o ensino de qualidade.
Maria José ressalta que Três Corações sempre primou pela educação, um legado que remonta ao padre Vicente de Melo César, fundador de um colégio na cidade. Com o crescimento do ensino na região, o então presidente de Minas Gerais, Júlio Bueno Brandão, oficializou a escola em 1909, nomeando Manoel Cipriano Franco da Rosa como diretor e José Garcia como o primeiro professor, com apenas três alunas matriculadas.
Maria Helena também lembra com orgulho do seu trabalho sério na condução da escola, o que facilitou a obtenção de recursos e apoio para a estruturação da caixa escolar. Sua liderança humanizada e colaborativa garantiu um ambiente de aprendizado acolhedor, onde todos eram recebidos com respeito e atenção, independentemente de classe social.